16 de Março de 1974. Armando Marques Ramos recorda, 40 anos depois, o dia em que comandou a coluna militar desde o Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha até ao objetivo dos duzentos militares revoltosos: ocupar o Aeroporto de Lisboa. Ao DN revela que só não cumpriu o plano da operação porque recebeu ordens dos generais Spínola e Costa Gomes para regressar ao quartel. Descreve o encontro com a GNR enviada para repelir a coluna e a frustração por não ter acontecido o combinado com vários capitães, uma saída conjunta dos quartéis para derrubar o Governo de Marcelo Caetano. por João Céu e Silva
16 de Março
O 16 de Março
A história da intentona das Caldas ainda não está definitivamente escrita e são várias as questões que estão por resolver mesmo que em certos pontos os historiadores concordem. Dois historiadores, Fernando Rosas e Rui Ramos, respondem a algumas perguntas
O DN de 16 de Março de 1974
Pressionado pelas “dificuldades da conjuntura económica”, Marcelo Caetano avança com uma reestruturação no Governo. O chefe do Estado, Américo Tomás, dá posse aos novos ministros, Mário de Oliveira, João Mota Campos e Daniel Barbosa. O presidente do Conselho, nas palavras do ministro de Estado Mário de Oliveira, abria “corajosa mas prudentemente um novo ciclo da vida do regime”. No discurso, “na cerimónia do compromisso de honra”, Marcelo prometia, “dentro de pouco tempo”, fixar quanto deverá ser a atualização salarial a fazer “para restabelecer o equilíbrio com os novos preços”. No Brasil, Rui Patrício, ministro dos Negócios Estrangeiros, falava do Ultramar e garantia: “Portugal nunca fez, nunca fará, nem independências brancas nem independências pretas”.
por Francisco Mangas